No campo das artes e da cultura encontram-se, ao longo da história, diferentes grupos que se formam com propósitos estéticos definidos, marcando sua presença por manifestos e publicações em que declaram os princípios que os identificam e reúnem sob uma bandeira comum. Foi assim com os “modernistas” da famosa Semana de 1922. Há outros grupos, porém, que sem alarde ou manifesto, se sedimentam ao longo do tempo a partir do convívio entre pessoas que, singelamente, compartilharam uma amizade consolidada na troca de experiências significativas. Em 1968, Carnelosso e alguns desses amigos foram reconhecidos pela crítica como parte de um grupo ao qual foi dado o nome de Grupo Tapir.
Ao lado de Carnelosso, o grupo incluía Giancarlo Zorlini, João Simeone, Omar Pellegatta e José Procópio de Moraes. Falar de Glycério Carnelosso e sua relação com esse pequeno grupo, é falar de algo mais e muito maior, que é a inserção do artista num tempo em que ele e seus contemporâneos, de diferentes maneiras, participam da história e da consolidação da arte moderna no Brasil.